E agora, teacher?

G’day, people!

Não muito tempo atrás eu perguntei aos meus ex-alunos e leitores do blog se eles estavam satisfeitos com o aprendizado deles em inglês. De uma forma geral, eu queria saber onde o calo apertava pra eles e, assim, tentar ajudar com esse problema. Para a minha surpresa, a maioria estava satisfeita com o desempenho nos cursos de inglês, mas fora de sala é onde o negócio começa a complicar.

Vamos, então, elencar os motivos pelos quais eu acho que os alunos “sofrem” fora de sala com o inglês.

Insegurança

A sala de aula é um ambiente seguro para a prática da língua. Seus colegas de classe estão no mesmo nível ou um pouco abaixo/acima do seu nível de inglês. Errar não é um problema pois o teacher vai ajudar. Talvez, até seus colegas te ajudem. =)
Lá fora, no mundo real, nas situações práticas do dia-a-dia, as pessoas às vezes não apresentam simpatia, empatia, ou a paciência que estamos acostumados a ter em sala de aula. Quantas vezes eu ouvi dos meus alunos que os chefes, gerentes, colegas e até mesmo amigos imigrantes não zombaram de seus erros ou não entenderam o que meus alunos disseram… É revoltante!
Isso vai minando nossa segurança e começamos a duvidar de nós mesmos e do curso que estamos fazendo. O professor, às vezes, é poupado das críticas, mas entendo muito bem a situação e encorajo meus alunos a stand up for themselves, e se defenderem disso. Geralmente, nós somos os que falamos mais de uma língua e eles, não.

Ambiente desfavorável

Eu sempre discuto esse tema com amigos brasileiros e colegas de outras nacionalidades porque acho super relevante. Alguns imigrantes e alunos de intercâmbio se colocam numa situação de “bolha” e se fecham dentro de um micro universo de sua própria cultura ou língua. O employer (empregador) é brasileiro, os colegas de apartamento/casa são brasileiros, as músicas que ouvimos são brasileiras, os programas de TV são brasileiros (Casimiro reagindo aos programas também conta! hahahaha), a gente pega o telefone e liga pra casa, amigos e afins quando estamos fazendo aquele commute (deslocamento) pro trabalho, a gente vai dançar forró/pagode/samba/funk nas baladas brasileiras (porque estamos morrendo de saudades de tudo isso), a gente quer trazer o Brasil com a gente pros outros países e esquecemos de curtir o que esses outros países tem a nos oferecer. Odiamos dirigir do outro lado da rua, temos pavor de comida spicy dos restaurantes coreanos e indianos, cantar parabéns em inglês é SUPER entediante, a burocracia dos órgãos do governo é horrível, o aluguel é caro, tem muito imposto, os programas de TV locais não tem graça… A gente não se conecta com o país em que vivemos e com as oportunidades que esse novo lugar nos oferece.

Cansaço

Isso mesmo. Estar longe de “casa” cansa. Usar o cérebro pra falar outra língua cansa. Ter que enfrentar seus medos e angústias cansa. A realidade é que a gente está sempre cansado, seja do trabalho ou da vida. Imagine, então, estar num país do outro lado do mundo, fora da sua rede de apoio, tendo que trabalhar em um emprego braçal ou que não exige o mesmo nível de qualificação que você tem, estando sozinho enquanto seus amigos no Brasil estão se encontrando pra churrasco e cerveja toda quarta-feira… Você acorda cedo, 5h da manhã, pega o transporte pro trabalho, começa às 7h, termina 3 ou 4h da tarde, vai pra escola de inglês e ainda tem que fazer prova ou tarefa? Aí chega em casa, faz um lanche rapidão, toma banho e dorme (às vezes 1h da matina). Isso nos leva ao próximo ponto.

Sempre cansados (Photo by Ihsan Adityawarman on Pexels.com)

Falta motivação

Ora, você dá o seu máximo nas aulas, acorda cedo pra ir pro trabalho, consegue pagar as contas e sobra um dinheirinho pra curtir um pouco. Mas, e o que mais? Será que você precisa mesmo sofrer tanto por causa de uma língua (que nem é a sua!) ? Por que, diabos, você está estudando essa língua e morando do outro lado do mundo? Onde está a motivação que te trouxe até aqui? Aí você começa a questionar suas decisões e acaba sofrendo mais e mais.
A gente parece que é testado a cada dia, cada hora, cada emprego novo. Mas o que nos motiva muda e a gente tem que entender isso também. Antes de sair do Brasil, sua motivação pode ser um descontentamento com seu salário, com sua família, política, justiça, corrupção, trânsito ou até seu vizinho. Aí você chega no país destino e começa a sofrer com pequenas coisas por causa da língua e acaba perdendo a motivação inicial. Aí é a hora de descobrir qual é a sua nova motivação. E assim por diante.

Pra mim tem sido uma rollercoaster of emotions, cheias de altos e baixos, mas é um trabalho constante de motivação, de ajudar uns aos outros (amigos, parceiros e até colegas de trabalho).
Caso você esteja fora do Brasil e esteja se sentindo um pouco desmotivado, inseguro ou (muito) cansado saiba que você não está sozinho. Existe uma comunidade enorme de brasileiros no mundo todo que estão com o mesmo sentimento que você.

Contem aí como foi, ou como está sendo, o processo de adaptação de vocês fora do Brasil!

Espero que o post tenha te ajudado de alguma forma e não se esqueçam de se inscreverem no blog para não perder os próximos posts.
Deixe seu comentário e compartilhe com os amigos nosso conteúdo. É de graça! =)

See you next time
Cheers!
Teacher Rod


2 Comments on “E agora, teacher?”

    • Obrigado pelo carinho, Karine!
      Temos que mostrar esse lado também para que as pessoas que estão longe saibam o quão difícil é ficar longe de tudo e de todos =)
      Um abraço!

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