4 Mitos sobre intercâmbio e imersão

G’day, everyone!

Desde a primeira vez algum amigo/conhecido meu saiu do Brasil (entre 2007 e 2008) e até hoje, vejo pessoas com MUITA vontade de sair do Brasil. Seja por um período curto ou pra vida toda.
Lembro muito bem de uma despedida que fizemos pra um grupo que ia passar 3 meses trabalhando nos EUA, num daqueles programas que você sai de férias da faculdade, pega um emprego em qualquer coisa e vai. Tudo arranjado pela agência de intercâmbio e tudo previamente pago por você. Se você quiser fazer mais dinheiro, tem que achar outro(s) emprego(s). Parece moleza. Até que depois desses 3 meses, fizemos um reencontro com os amigos e descobri que um deles NÃO TINHA FICADO LÁ NOS EUA. Ele voltou pra casa no primeiro mês porque não aguentou ficar longe da família.
Fiquei “de cara” na época mas, hoje, sei MUITO bem como isso é. Principalmente por ver meus alunos do curso da noite, que chegavam em sala super cansados de trabalho braçal que vinham fazendo durante o dia. =/

Assim, separei alguns mitos sobre fazer intercâmbio e dei meus 2 cents sobre como evitar o stress e os principais motivos pelos quais as pessoas não superam certos obstáculos no aprendizado.

#1 Aprender inglês fora do Brasil é mais fácil pois você vai ter contato com a língua o tempo todo

A long time ago, before the internet isso poderia ser até verdade. Hoje, o inglês é a língua dos viajantes, do comércio local para turistas e até dos businesses. Mas, os grupos de não-falantes estão cada vez maiores e encontramos bolhas onde inglês não é falado! Por exemplo, você chega aqui na NZ e encontra colegas de classe brasileiros. Eles querem te ajudar e arrumam um quarto pra você ficar (junto de outros brasileiros) e, às vezes, até um emprego pra você no começo (em uma empresa onde os donos são brasileiros e os colegas de trabalho também). Aí, no apartamento (ou casa) onde você vai morar, um dos flatmates tem um dispositivo conectado com a TV e que pega TODOS os canais do Brasil. Você assiste Jornal Nacional, Jornal da Record, Futebol, SporTV, assistem às Lives de sertanejo e afins aí não sai do Pre-intermediate e a culpa é da escola ou do professor. Sabe…? =(
Nada contra querer acompanhar as notícias do nosso país natal, ou ouvir músicas brasileiras. É importante manter a nossa identidade cultural fora do país. Só não vale reclamar dos resultados depois de 6 meses ralando como mão de obra e vendo seu inglês estagnado. Aliás, planejamento financeiro é super importante para quem quer sair do Brasil. Ter grana suficiente para poder escolher onde morar (perto ou longe da escola) e poder escolher se quer ou não quer trabalhar em obras, fazendo limpeza de casas, lavando louça nos restaurantes, entre outros trabalhos fisicamente pesados.
Em uma das minhas turmas do curso noturno eu tinha 16 alunos – 2 chilenos, 1 argentino e 13 brasileiros. Quase todos trabalhavam pesado antes das aulas. Um deles DORMIA durante as provas porque estava muito cansado. Era muito triste ver que o desempenho dele era afetado pelo trabalho dele. =/

#2 Aprender inglês fora do Brasil é mais fácil pois seu teacher é nativo e sabe ensinar bem melhor a própria língua

Nem sempre. Na escola onde eu trabalhei por 3 anos na NZ, os professores com MELHOR FEEDBACK dos ALUNOS eram dois estrangeiros não-falantes de inglês como língua nativa. A Erika (Colombiana) e o Rodolfo (eu). Na escola onde eu estudei para ser professor de inglês, só um nativo estudava com a gente e ele tinha as piores notas nas aulas práticas. Um professor que já foi aluno de línguas é muito importante no processo. A empatia que nós temos é um grande diferencial em sala de aula. Outra coisa, não adianta nada ser NATIVO se o professor não é QUALIFICADO ou não tem noção do que fazer nas aulas – não teve treinamento. É tipo aquele tio ou aquela tia que você tem que manja de matemática e vai te ensinar umas coisas pra você não se ferrar na prova. Para eles é óbvio isso ou aquilo, pra quem está aprendendo é outra história (cheia de frustrações).

#3 Aprender inglês fora do Brasil é mais fácil pois o sistema de ensino nos outros países é muito melhor

Eu aprendi que isso não tem nada a ver no meu primeiro intercâmbio… Muitas vezes a gente “compra” a ideia de que tal país tem sistema de ensino melhor do que no Brasil e se agarra nesse mito até que ele é destruído na sua frente. Escolas de inglês são businesses que visam lucro e satisfação do cliente como qualquer outro business. Lembro de ter uma conversa sobre isso com o diretor da escola onde estudei em Londres. O sistema de aula deles e o material eram idênticos ao das escolas que passei pelo Brasil. A grande diferença eram os colegas de classe, que vinham de muitos países e isso era maravilhoso. Fora isso…
Mas onde o sistema de ensino é bom nesses países então? Escolas públicas, Universidades, Centros Politécnicos e outros centros que são focados em estudantes locais. Ou estrangeiros com MUITO dinheiro.

Claro que você pode chegar como um estudante de inglês, aprimorar a língua e entrar para um curso que não seja caro e em uma instituição de qualidade, mas as oportunidades são mais escassas – assim como tentar uma bolsa de estudos via Universidades ou High-School programs.

#4 Aprender inglês fora do Brasil é melhor pois vou adquirir fluência na língua

Em partes e, dependendo do aluno, isso é verdade. As escolas de inglês normalmente oferecem de 20 a 30 horas de aula POR SEMANA. São muitas horas em sala e você vai ser ver “forçado” a usar inglês o tempo todo. É bastante coisa pra cabeça e chega a dar uma fadiga mental às vezes…
Porém, o tópico fluency vs accuracy já foi abordado num post anterior e sugiro a leitura.
Trocando em miúdos, alguns alunos já tem inglês muito bom, conhecem a língua, a estrutura e leem com frequência material em inglês. Só estão “enferrujados” por não ter oportunidade de usar a língua de uma forma mais natural. Nesse caso, o que falta é naturalidade ao usar a língua. Saber quais são os jargões de grupos diferentes, quais as gírias (slangs) do momento e saber diferenciar linguagem formal de informal – conversa de boteco de conversa empresarial. Isso leva tempo e, talvez, um intercâmbio de 6 meses ajude.
Outros alunos nunca fizeram aula e querem ter fluência durante o intercâmbio. É possível, mas a fluência não terá tanta naturalidade pois o aluno não sabe (ou não tem ferramentas para) discernir linguagem formal de informal e faltam estruturas para falar com clareza.

Esses “mitos” sobre intercâmbio e imersão sempre aparecem em conversas com parentes e amigos, mas é sempre importante conversar com alguém que já passou pelo processo e checar se suas preocupações são ou não relevantes pra você.

Caso queira falar com profissionais qualificados sobre o processo de intercâmbio ou imigração, complete o formulário abaixo e eu vou “dar os meus pulos” pra encontrar o profissional mais indicado pra você.

Espero que tenha gostado da leitura de hoje e não se esqueçam de se inscreverem no blog para não perder os próximos posts. Deixe seu comentário e compartilhe com os amigos nosso conteúdo. É de graça! =)

See you next time
Cheers!
Teacher Rod

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